A ameaça da Rússia de abandonar o acordo de cereais com a Ucrânia levanta receios sobre a segurança alimentar global
LarLar > Notícias > A ameaça da Rússia de abandonar o acordo de cereais com a Ucrânia levanta receios sobre a segurança alimentar global

A ameaça da Rússia de abandonar o acordo de cereais com a Ucrânia levanta receios sobre a segurança alimentar global

Aug 14, 2023

ARQUIVO - Colhedores coletam trigo na vila de Zghurivka, Ucrânia, em 9 de agosto de 2022. Crescem as preocupações de que a Rússia não estenderá um acordo mediado pela ONU que permite que grãos fluam da Ucrânia para partes do mundo que lutam contra a fome, com os navios já não se dirigem para os portos do Mar Negro do país devastado pela guerra e as exportações de alimentos diminuem. (Foto AP / Efrem Lukatsky, Arquivo)

ARQUIVO - Trabalhadores carregam grãos em um porto de grãos em Izmail, Ucrânia, quarta-feira, 26 de abril de 2023. Crescem as preocupações de que a Rússia não estenderá um acordo mediado pela ONU que permite que grãos fluam da Ucrânia para partes do mundo que lutam contra a fome, com os navios já não se dirigindo para os portos do Mar Negro do país devastado pela guerra e as exportações de alimentos diminuindo. (Foto AP / Andrew Kravchenko, Arquivo)

ARQUIVO - Vista externa do terminal de armazenamento de grãos durante a visita do Secretário-Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, ao Porto Marítimo de Odesa, em Odesa, Ucrânia, sexta-feira, 19 de agosto de 2022. Crescem as preocupações de que a Rússia não estenderá um acordo mediado pela ONU que permite que os cereais fluam da Ucrânia para partes do mundo que lutam contra a fome, com os navios a deixarem de se dirigir aos portos do Mar Negro do país devastado pela guerra e as exportações de alimentos a diminuir. (AP Photo/Kostiantyn Liberov, arquivo)

ARQUIVO - Um agricultor faz a colheita em um campo a dez quilômetros da linha de frente, ao redor de uma cratera deixada pelo foguete russo em primeiro plano, na região de Dnipropetrovsk, Ucrânia, 4 de julho de 2022. Crescem as preocupações de que a Rússia não estenderá uma ONU -um acordo mediado que permite o fluxo de cereais da Ucrânia para partes do mundo que lutam contra a fome, com os navios a deixarem de se dirigir aos portos do Mar Negro do país devastado pela guerra e as exportações de alimentos a diminuir. (Foto AP / Efrem Lukatsky, Arquivo)

ARQUIVO - Trabalhadores carregam grãos em um porto de grãos em Izmail, Ucrânia, quarta-feira, 26 de abril de 2023. Crescem as preocupações de que a Rússia não estenderá um acordo mediado pela ONU que permite que grãos fluam da Ucrânia para partes do mundo que lutam contra a fome, com os navios já não se dirigindo para os portos do Mar Negro do país devastado pela guerra e as exportações de alimentos diminuindo. (Foto AP / Andrew Kravchenko, Arquivo)

LONDRES (AP) – Crescem as preocupações de que a Rússia não prorrogará um acordo mediado pelas Nações Unidas que permite o fluxo de grãos da Ucrânia para partes do mundo que lutam contra a fome, com os navios deixando de se dirigir aos portos do Mar Negro do país devastado pela guerra e as exportações de alimentos diminuíram.

A Turquia e a ONU negociaram o acordo inovador no Verão passado para aliviar uma crise alimentar global, juntamente com um acordo separado com a Rússia para facilitar o envio dos seus alimentos e fertilizantes. Moscovo insiste que ainda enfrenta obstáculos, embora os dados mostrem que tem exportado quantidades recordes de trigo.

As autoridades russas dizem repetidamente que não há motivos para prorrogar a Iniciativa de Cereais do Mar Negro, que deverá ser renovada pela quarta vez na segunda-feira. É algo que eles já ameaçaram antes – depois prorrogaram duas vezes o acordo por dois meses, em vez dos quatro meses previstos no acordo.

A ONU e outros estão a esforçar-se para manter intacto o frágil acordo, sendo a Ucrânia e a Rússia grandes fornecedores de trigo, cevada, óleo vegetal e outros produtos alimentares dos quais dependem países de África, do Médio Oriente e de partes da Ásia. Permitiu à Ucrânia enviar 32,8 milhões de toneladas métricas (36,2 milhões de toneladas) de cereais, mais de metade dos quais para países em desenvolvimento.

O acordo ajudou a baixar os preços globais de produtos alimentares como o trigo, depois de terem atingido níveis recordes após a invasão no ano passado, mas esse alívio não chegou às mesas da cozinha.

A saída da Rússia cortaria uma fonte de ajuda do Programa Alimentar Mundial para países em risco de fome, incluindo a Somália, a Etiópia e o Afeganistão, e agravaria os problemas de segurança alimentar em locais vulneráveis ​​que lutam com conflitos, crises económicas e secas.

“A Rússia recebe muita boa vontade pública para continuar este acordo”, disse Joseph Glauber, investigador sénior do Instituto Internacional de Investigação sobre Política Alimentar. “Haverá um custo a pagar em termos de percepção pública e boa vontade global, penso eu, no que diz respeito à Rússia” se o acordo não for prorrogado.